
Segundo apurou o JN, o indivĂduo, detido durante a madrugada deste domingo, foi, hĂĄ trĂȘs anos, condenado a 50 fins de semana de prisĂŁo por violĂȘncia domĂ©stica. Durante a semana, trabalhava como guarda em Sintra e aos fins de semana cumpria pena em Ăvora.
Como guarda prisional, JosĂ© Fortuna Malengue teve problemas no Estabelecimento Prisional de SetĂșbal por consumo de ĂĄlcool, tendo sido transferido para a cadeia de Sintra.
No sĂĄbado Ă noite, na zona do Rossio de S. BrĂĄs, em Ăvora, o suspeito atropelou mortalmente um agente da PSP que ajudava a companheira, que estava a ser agredida na via pĂșblica. "O agressor arrastou a mulher pelo chĂŁo e obrigou-a a entrar numa viatura. No local, encontrava-se um polĂcia da PolĂcia de Segurança PĂșblica (PSP), fora de serviço, que presenciou as agressĂ”es. De imediato o polĂcia, em cumprimento da sua missĂŁo, interveio para fazer cessar o crime em curso", informou hoje a força de segurança, em comunicado, dando conta de que, ao tentar impedir a fuga do agressor, o agente foi atropelado pela viatura que o homem conduzia e arrastado cerca de 40 metros.
O agente, AntĂłnio Doce, 45 anos, do Comando Distrital de Ăvora, ainda foi transportado em estado grave para o hospital da cidade, mas acabou por morrer em consequĂȘncia das lesĂ”es sofridas. O agressor conseguiu fugir, mas acabou por ser intercetado por guardas da GNR, na zona de Alcabideche, e o carro foi apreendido.
Por se tratar de um homicĂdio, o caso passou agora para a alçada da PolĂcia JudiciĂĄria.
"Intencionalmente e covardemente atropelado"
O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, manifestou, em comunicado, "profundo pesar pela morte do agente", endereçando "as mais sentidas condolĂȘncias aos familiares, amigos e a todos os polĂcias da PolĂcia de Segurança PĂșblica que diariamente cumprem de forma abnegada a sua missĂŁo".
Numa mensagem publicada no Facebook, a Associação Sindical dos Profissionais da PolĂcia (ASPP) lamentou o sucedido, notando que a "PSP estĂĄ de luto por mais este trĂĄgico acontecimento". TambĂ©m pela mesma via, o Sindicato Nacional da PolĂcia (SINAPOL) lamentou que o agente, casado e com dois filhos, tenha sido "intencionalmente e covardemente atropelado". "Mais um colega assassinado, mais uma vida sem valor. Apresentamos, neste momento de Dor as nossas condolĂȘncias Ă famĂlia, amigos e colegas", acrescenta.
A PSP "contactou os familiares e disponibilizou-lhes todo o apoio, nomeadamente psicolĂłgico", apresentando as mais sinceras condolĂȘncias aos familiares, amigos e a toda a "famĂlia policial". "A PSP enaltece a ação do PolĂcia que, honrando a condição policial, levou atĂ© Ă s Ășltimas consequĂȘncias o seu juramento de 'dar a vida, se preciso for', na permanente defesa e proteção dos nossos concidadĂŁos", remata o comunicado.