
Foi dado mais um passo para pĂŽr a funcionar a ligação entre Crestuma e o Cais de Gaia, atravĂ©s de autocarro anfĂbio, com o parecer positivo da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (ATM).
Esta entidade pronunciou-se favoravelmente acerca do "concurso para a concessĂŁo de serviço pĂșblico de transporte fluvial de passageiros na Via NavegĂĄvel do Douro", indo de encontro aos anseios da CĂąmara Municipal de Gaia, que pretende aproveitar o canal como alternativa ao eixo rodoviĂĄrio da EN222.
O autocarro anfĂbio Ă© uma ideia importada dos PaĂses Baixos, nomeadamente das cidades holandesas de AmesterdĂŁo e de RoterdĂŁo, onde este tipo de transporte Ă© bastante utilizado.
No caso duriense, o tempo estimado da viagem pelo rio, de Crestuma atĂ© ao Cais de Gaia, oscila entre 35 a 40 minutos, dependendo do nĂșmero de paragens para recolher passageiros e que ainda nĂŁo foi divulgado.
Na apresentação, em dezembro de 2018, havia a indicação de que o autocarro podia ter uma lotação de 45 utentes, mais o motorista.
Ă intenção da Autarquia integrar o anfĂbio do Douro no sistema de bilhĂ©tica Andante. Foi dito no lançamento, e consta do estudo, que contempla a ligação, por terra, a General Torres.
Para a ATM, que faz notar tratar-se de um parecer "prĂ©vio", embora "vinculativo e positivo", a aposta no rio Douro configura "um passo relevante no sentido de um melhor enquadramento do serviço pĂșblico de transporte, tendente a uma mobilidade inclusiva, eficiente e sustentĂĄvel".
Este Ă© tambĂ©m o pensamento do autarca Eduardo VĂtor Rodrigues, para quem "o rio nĂŁo Ă© um obstĂĄculo, mas uma oportunidade".
Evolução por etapas
Desde o final de 2018, o processo tem evoluĂdo por etapas. Em outubro de 2019, a CĂąmara de Gaia explicava tratar-se de um "caderno de encargos complexo, a necessitar de vĂĄrias decisĂ”es e da articulação com outras entidades com a jurisdição das vias navegĂĄveis", tendo sido necessĂĄrio interagir com a Administração dos Portos de Douro, LeixĂ”es e Viana do Castelo (APDL) e a AgĂȘncia Portuguesa do Ambiente (APA).
Entretanto, a pandemia colocou na ordem do dia outras prioridades, mas o anfĂbio continua a fazer o seu caminho, atĂ© agora nas teias burocrĂĄticas.
12 meses de concessĂŁo
O estudo da Cùmara para concessionar o serviço de transporte fluvial a uma empresa foi pensado para durar 12 meses.
Contrato e subvenção
No documento, o valor estimado do contrato ascende a 126 mil euros, com uma subvenção do MunicĂpio de Gaia de 93 mil euros.