
Um 'sol artificial' desenvolvido na Coreia do Sul é o que parece estar mais próximo de equalizar a demanda por energia no planeta. No dia 24 de novembro, o chamado sol sul-coreano conseguiu atingir 100 milhÔes de graus Celsius durante 20 segundos.
A energia Ă© quase sete vez maior que a liberada pelo nĂșcleo solar, que chega a 15 milhĂ”es de graus Celsius. O desafio Ă© manter esse potencial energĂ©tico por um perĂodo mais longo para abastecer as redes de energia.
O KStar Ă© um reator do estilo tokamak e nĂŁo Ă© o Ășnico em operação no mundo. Segundo o periĂłdico especializado "Science Alert", a China recentemente ligou seu tokamak fundindo nĂșcleos atĂŽmicos para criar enormes quantidades de energia. Esse tipo de reator opera de maneira diferente em relação ao de fissĂŁo nuclear, que divide os nĂșcleos atĂŽmicos em vez de fundi-los.
A chamada KStar Ă© fruto de um estudo desenvolvido em conjunto pelo Centro de Pesquisa do Instituto Nacional de Energia de FusĂŁo em parceria com a Universidade Nacional e a Columbia University, dos Estados Unidos.
Como funciona?
A fusĂŁo nuclear, realizada pela KStar, Ă© acionada com a combinação de dois nĂșcleos atĂŽmicos em um nĂșcleo maior, que libera uma enorme quantidade de energia. Outro desafio, alĂ©m do tempo de funcionamento do sol artificial, Ă© liberar mais energia do que ele consome para funcionar. Esse ponto ainda nĂŁo foi alcançado.
O reator nuclear utiliza isĂłtopos de hidrogĂȘnio para criar um plasma em que Ăons e elĂ©trons sĂŁo separados, prontos para aquecimento. O experimento recria as reaçÔes de fusĂŁo que acontecem no sol.
O tempo de duração da reação, 20 segundos, parece pouco, mas foi comemorado pelos cientistas. O avanço se deve graças a uma atualização dos modos de Barreira de Transporte Interno (ITB, na sigla em inglĂȘs), que ajudam a controlar, confinar e estabilizar as reaçÔes de fusĂŁo nuclear dentro da KStar.
Os avanços divulgados no Ășltimo mĂȘs sĂŁo mais um passo no sentido da autossuficiĂȘncia energĂ©tica, um sonho que tem sido buscado por cientistas desde o inĂcio do sĂ©culo 20, mas que apresenta desafios para que seja concretizado.
AlĂ©m das questĂ”es cientĂficas que envolvem o desenvolvimento de uma tecnologia que acabe com a necessidade de qualquer outra fonte de energia, os desafios econĂŽmicos e polĂticos tambĂ©m sĂŁo considerĂĄveis para quando o sol artificial atingir pleno funcionamento, jĂĄ que os custos de geração em larga escala e a distribuição desse potencial energĂ©tico ainda sĂŁo uma incĂłgnita.